Nos últimos anos, a presença de influenciadores digitais em produções televisivas, especialmente nas novelas, gerou debates acalorados entre profissionais do setor. Essa tendência reflete uma tentativa de atrair um público mais jovem e mais conectado, mas também levanta questões sobre a qualidade do desempenho e a essência do trabalho artístico.
Silvio de Abreuum dos nomes mais respeitados da dramaturgia brasileira, expressou sua opinião sobre essa prática. Conhecido por seu trabalho em clássicos como “Queen of Scrap” e “A próxima vítima”, Abreu não hesitou em criticar a linha de influenciadores nas novelas, argumentando que ser ator é uma profissão distinta que requer habilidades específicas. Suas palavras em uma entrevista no Redetv!.
Por que os influenciadores estão sendo lançados para as novelas?
A inclusão de influenciadores digitais nas novelas pode ser vista como uma estratégia de emissoras para atrair um público que consome conteúdo principalmente por meio de redes sociais. Esses profissionais trazem consigo um grande número de seguidores, o que pode aumentar a visibilidade e o público de produções. No entanto, essa prática gerou controvérsia sobre a qualidade do desempenho e a apreciação de atores profissionais.
Qual é a visão dos profissionais de dramaturgia sobre essa tendência?
Profissionais experientes, como Silvio de Abreu, expressam preocupações sobre a inclusão de influenciadores em papéis que tradicionalmente seriam ocupados por atores treinados. Abreu argumenta que, embora os influenciadores sejam eficazes em suas plataformas, atuar em uma novela exige um conjunto de habilidades que vão além da popularidade nas redes sociais. Ele argumenta que a ação é uma arte que requer estudo e dedicação e que a presença de influenciadores pode desvalorizar o trabalho de atores profissionais.
Quais são os desafios enfrentados pelas produções que optam por remakes?
Além da questão dos influenciadores, Silvio de Abreu também compartilhou suas reflexões sobre a produção de remake. Ele ressaltou que, embora alguns remakes sejam bem produzidos, como os recentes “qualquer coisa”, eles podem não ter o mesmo impacto que as produções originais. Isso ocorre porque o público já está familiarizado com a história, o que pode diminuir o interesse e a surpresa que um novo enredo poderia oferecer.
Como o streaming está influenciando a dramaturgia brasileira?
Desde que deixou a Globo, Silvio de Abreu explorou novas oportunidades no mundo dos streaming. Trabalhando como supervisor em projetos como “Fatal Beauty”, ele destaca a importância de unir o estilo clássico de contar histórias com a modernidade e a inovação que o streaming oferece. Essa combinação tem sido eficaz, permitindo que as produções atinjam um público diverso e global.
Em suma, a inclusão de influenciadores digitais nas óperas de sabão e remake são tendências que refletem mudanças no consumo de conteúdo audiovisual. No entanto, essas práticas também levantam questões sobre a qualidade artística e a apreciação dos profissionais de dramaturgia. O desafio para as emissoras é encontrar um equilíbrio que respeite a tradição e, ao mesmo tempo, inova para atrair novas audiências.
